quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

QUEM SOU EU

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA BAHIA
COMPONENTE CURRICULAR: PRATICA PEDAGÓGICA IV
DOCENTE: JUREIA
DISCENTE: MARLA MIRELA SILVA



                                                            Eu, etiqueta





Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mar artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome noco é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
(Carlos Drummond de Andrade)


 QUEM SOU EU:

 ~* α gαrotiinhα imperfeitα,αqeelα qeê chorα de dor,
αqeelα qeê ja sofreu poor αmor,
αqeelα qe sαbe se αrrepender ♥
    ~* αqelα qeê griitα,
αqelα qeê sente sαudαdes,   αqelα qeê vive sorrindo,
aqelα qeê msm       errαndo tentα αprender.         
  soou α meniininhα que brincou de bonekα,         qee αcreditαvα em princesαs,
qeê corriα nα ruα,               só prα tentαr viiver.
   '~*          soou aqeelαprincesiiinhα dos contos de fαdαs,         aqelα qeê briincαvα de piiqê       esconde,
    aqelα qeê fαziiα coisαs errαdαs,          
      qeê qeriα crescer...
e cresceuu! ♥

 

 ANALISE DA POESIA EU, ETIQUETA:



  Drummond de uma forma brilhante coloca em poema nossa desumanização,quando analisa a mercadoria e a questão subjetividade das coisas e a objetividade das pessoas. Relata sobre a alienação presente na sociedade brasileira. Pois, o indivíduo que não se reconhece frente aos produtos que usa, está alienado, e essa alienação é causada pelas ideologias da classe dominante, que detém os meios de produção e, portanto faz com que esses indivíduos não se reconheçam frente aos produtos que os rodeiam. Assim, o capital e os modos de produção separam os trabalhadores da realização de sua força de trabalho. Muitos dos que produzem as calças com os nomes que não são os seus, não possuem capacidade de comprá-las, justamente por causa da separação que resulta em dominação.



sábado, 25 de fevereiro de 2012

COMENTÁRIO SOBRE O FILME "A REDE"

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA- CAMPUS XIV
COMPONENTE CURRICULAR: PRÁTICA PEDAGÓGICO IV.
PROFESSOR: WILSON E JURÉIA.
DISCENTES: MARIA SENA E RODRIGO CORDEIRO.


Na relação entre consumidor e produtos das novas tecnologias como devem se comportar as novas gerações atuais e futuras?
As mudanças ocorridas no comportamento do consumidor devido ao acelerado desenvolvimento tecnológico. O reflexo dessas transformações interfere diretamente na vida das pessoas. Devido à grande quantidade de informações às quais são expostos diariamente, os novos consumidores estão cada vez mais cientes dos seus direitos e deveres perante o consumo exagerado e impensado, exigindo da nova geração, responsabilidade ao adquirir uma melhor consciência do que pode vir a colaborar ou atrapalhar com a aquisição de uma tecnologia mal manuseada. Como podemos perceber ao assistir aos filmes “A REDE”, pois, é mostrado como a inteligência humana pode corromper com princípios de respeito ao próximo, tendo em mente substituir o homem pela maquina, e ao mesmo tempo “atirar fora” os indivíduos aos quais não estão dentro dos padrões exigidos pela sociedade capitalista.
                                                                                            

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Resumo do Livro

CLARICE LISPECTOR - PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM¹

Aline Nádia Miranda Santos
Edna Maria Carneiro dos Santos Ferreira
Eliene Araújo de Santana
Flávia Regina de Matos Mascarenhas
Laila Tarcísia Silva Muniz
Lucila Conceição de Oliveira Rios²

Em Perto do Coração Selvagem Clarice Lispector narra a história de Joana, uma mulher que se encontra à frente de seu tempo; uma mulher que busca no corpo e nos sentidos, espaço gerador de conhecimento. Os pensamentos e atitudes de Joana são próprios de um ser humano questionador, vibrante, uma mulher que não se sujeita a programações tradicionais. Quase não existem descrições físicas da personagem ao longo do texto, por outro lado, há uma riqueza de detalhes em relação aos seus mais profundos sentimentos e sensações: alegrias, inquietações, anseios e frustrações. As várias fases da vida da personagem permitem ao leitor acompanhar sua trajetória da infância à vida adulta. Joana era uma criança com um desejo incomum de experimentar novas sensações e participar ativamente do fluxo da vida, demonstrando desde o início um nível de consciência e percepção extraordinário. Outro aspecto marcante da personalidade de Joana é o silêncio, estar consigo mesma buscando refugio na interioridade, uma forma de viver em verticalidade que promove a condição de libertação de Joana. Na dialética ser-consigo/ser-com-os-outros, Joana se submete de maneira voluntária e consciente a um estado de introspecção. Sem a mãe, que morreu quando ela ainda era muito pequena, Joana viveu a infância na companhia do pai, a quem confiou, por meio de brincadeiras, suas inseguranças infantis. No entanto, ele também morreu quando ela ainda era menina. Era uma criança sonhadora, meditativa e, inconscientemente, provocava os adultos com suas perguntas e opiniões, escrevia versos e tinha medo de dormir sozinha.  Órfã, Joana vai morar com os tios. A tia assustava-se com as estripulias da órfã, a quem chama de “víbora”, já o tio fazendeiro era afetuoso com Joana. Depois do furto de um livro, Joana é mandada para um internato onde conhece o professor, confidente, orientador e primeiro amor. Depois de desligar-se do internato conhece Otávio, o rapaz com quem se casa. Embora casado, ele mantinha um relacionamento amoroso com Lídia, sua ex-noiva, a quem engravidou. Lídia procura Joana e conta tudo sobre o seu romance com Otávio, Joana aborda a situação com naturalidade e sem escândalo, mas no seu interior ela levantava muitas reflexões, uma delas era a idéia de ter um filho com o marido, mas isso não se realizou Otávio partiu e deixou a esperança de um dia voltar. Depois da separação, Joana passou a ser seguida por um homem. Em certa ocasião, ela se viu na casa desse estranho, do qual ela não sabia sequer o nome, e desejando conhecê-lo, teve alguns encontros com ele. O desconhecido que era para ela mais uma deixa para sua auto-investigação, acabou, um dia, indo embora. Ela também embarcou sozinha para uma viagem sem destino, dando a entender que teria condições de se reerguer naquele momento.

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¹ Ensaio solicitado pela professora Eugênia Mateus, como requisito parcial do Componente Curricular Cânones e Contextos na Literatura Brasileira.
² Alunas do IV Semestre do Curso de Graduação em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas - Licenciatura, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) – CAMPUS XIV.