Livros

Equipe: Ana Glécia, Graziele, marla Mirela,Catiane,Rozana.
Resumo Obra Memorial de Maria Moura – RACHEL DE QUEIROZ

Este trabalho tem como objetivo analisar uma das obras da escritora cearense RAQUEL DE QUEIROZ Memorial de Maria Moura historia de aventuras cotidianas de amor, desamor, raiva, revolta, angustia, luta e determinação. Uma menina de família que se transforma em mulher do cangaço, espaço historicamente marcado pela presença de homens. Maria Moura promove a ruptura com as tradições de sua época. Tem uma linguagem nua e crua ponto de partida e de chegada de uma imaginação real e ficcional.

A história da literatura vem sendo construída com contribuições de autores que proporcionou que a mesma fosse disseminada pelo o mundo. Na fase heroica do Modernismo brasileiro, surge uma geração de poetas brilhantes que permanece contribuindo para com a nossa história. Esse surgimento foi da década de 1930, Se apresenta a sociedade muitos romancistas regionalistas que relatam em suas obras e chama a atenção para a valorização e registro de aspectos regionais levantando problemas de ordem social que perpassam nessa época. Alguns desses escritores foram eleitos cânone, as obras de Raquel de Queiroz em especial Memorial de Maria Moura se revelou como uma obra de muita ousadia e criatividade conquistou elogios e belas criticas, o enredo acontece no sertão espaço de lutas, sobretudo pela posse da terra. A Epopeia é um dos gêneros que compõem a literatura - Poema épico baseado em elementos históricos, entrelaçando lenda e Mitologia em o Memorial de Maria Moura a narrativa é real e ficcional George Lukács em teoria do romance, contribui e clareia a definição de epopeia presente na obra.

 “Epopeia e tragédia não conhecem, nesse sentido, nem o crime nem loucura. O que é chamado de crime pelo o uso costumeiro do conceito é para elas absolutamente inexistente ou nada mais que o ponto luminoso fixado simbolicamente e percebido a distancia pelos os sentidos, onde se torna visível a relação da alma como o destino”( p. 60-61).

 Maria Moura fugiu de todas as regras sociais de sua época, se formou uma guerreira e com ferro e fogo construiu um patrimônio que lhe deu o titulo de mulher forte corajosa e sinhá da casa grande. Uma mulher que comandava um bando no sertão Pernambucano que saía no lombo de um cavalo tirando dos que tinha os objetos que viria a contribuir para com o seu enriquecimento.

            Nessa obra a personagem principal faz uso da memoria para construir com base no passado o seu futuro a memoria da vida que levara a sua mãe, as lembranças de seu pai e seu avô relatando sobre as terra que a família possuía  esses registros lhe instigava a não desistir Segundo JACQUES LE GOFF em História e Memoria p. 447.  “A memoria é um glorioso e admirável dom da natureza, através do qual reevocamos as coisas passadas, abraçamos as presentes e contemplamos as futuras, graças as suas semelhanças com as passadas”.

A saga de Maria Moura se revela inicialmente pela transformação da moça ingênua e bem criada na mulher determinada a lutar até o fim para defender sua vida e seu patrimônio na fazendo do Limoeiro habitava as suas lembranças em família com seus pais, e também a de seus crimes o primeiro contra o que atentava contra a sua honra (Liberato) e depois o que ameaçava a liberdade que havia acabado de conquistar (Jardilino) . Os plano era ir na direção das terras dos Padres e lá estabelecer a fortaleza, conquistar respeito e riqueza ainda que  adquirindo  das posses alheia mas sem uso de violências. “A gente pode fazer de tudo, mas faça sem abusar. Esta bem que se tome a farinha dos homens, mas não precisa pisar em cima deles. Perversidade eu não quero. A gente se meteu nessa vida mas não precisa se encher de inimigo. Não precisar maltratar.(p. 259)

Resumo livro: Memorial De Maria Moura

Raquel de Queiroz



No romance O Memorial de Maria Moura, Maria Moura se revela uma mulher forte, corajosa que com a morte de seus pais luta por sobrevivência defesa e posse de seus bens e vingança para com os que se manifestam como seus inimigos . Toda a historia é contada pelos os próprios personagens o que faz com que o leitor seja envolvido e convidado a não perder nenhum capitulo.

Temos em O Memorial de Maria Moura um enredo composto com 04 núcleos:

·         Maria Moura – filha única de família de posses, seu pai morre quando a jovem ainda é criança. Passado os anos sua mãe encontra outro companheiro, Liberato com quem vive durante seus últimos anos de vida vindo a falecer quando sua filha tinha 17 anos. Fica então Maria Moura na fazenda Limoeiro com o seu padrasto ,duas servas e alguns empregados sendo um João Rufo herdado de seu Pai.

·         Tonho, Irineu e Marialva – Primos de Maria Moura residentes da fazenda Marias Pretas,  atores de um dos episódios da trama que deu motivação para Maria Moura ir em busca das terras da Família na Serra dos Padres.

·         Beato Romano ou Padre Jose Maria – Padre da comunidade de Vila da Cruz que se rende aos prazeres da carne, se envolvendo com uma de suas beatas, mantendo um romance cujo um filho foi gerado e foi o pivô de uma grande tragédia. Que acabara com sua paz e vida.

·         Valentim, Seu Tonico e Dona Adenora  - Família circense que vive andarilha junto com o circo. Os pais de Valentim após um acidente faz o mesmo realizar uma romaria durante um ano pedindo esmola como agradecimento pela sobrevivência do mesmo. 



De inicio temos o encontro da menina Maria Moura com o Padre Jose Maria, na igreja onde a mesma em segredo de confissão narra que deseja matar o seu padrasto pelo o fato de que o mesmo a vinha molestando. Na volta do vilarejo e da conversa com o padre da paroquia Maria Moura planeja todo o assassinato que é posto em pratica com a ajuda de um de seus empregados. A morte de Liberato era a única maneira de Maria Moura garantir a sua sobrevivência já que a moça alimentava e mantinha a ideia de ter sido ele o assassino de sua mãe, e de ambicionar sua propriedade.

Maria Moura e os primos Irineu, Marialva e Tonho nunca tiveram muito contato, com a prima ainda menos, essa era uma moça recatada, que nunca sai de casa, as duas só tiveram contato quando ainda com os pais vivos Maria Moura visitou a fazenda Marias Pretas. Após a morte de sua mãe esses primos foram reivindicar a parte que lhe cabia nas terras do Limoeiro por herança de seus pais.  Maria Moura se sentindo ameaçada se encarregou pessoalmente de lutar pelo o que era também seu. Logo tratou de montar um grupo de capangas que lhe fosse fiel e que junto com ela defendesse suas terras, a primeira visita dos primos ao Limoeiro foi o bastante para despertar em Maria Moura o espirito de defesa a ferro e fogo. Após os primos os oficiais da justiça a convidando para uma conversa, A moça já sabia do que se tratava e tratara de mandar pelos oficiais o seu recado de mulher forte e persistente. A próxima visita dos parentes por ela detestados foram eles recebidos a fogo e por fim todo o limoeiro virava pó e a moça que nunca tinha saído de suas terras agora seguia sem rumo sertão adentro.

Em meio a todos os acontecimentos na fazenda, a vila da cruz seguia aparentemente na tranquilidade de uma comunidade pacata, até que foi descoberto o romance vivido pelo o Padre Jose Maria e a dona Bela senhora de beleza radiante, beata, casada com um Mercadante que mais vivia no mundo que em casa. Também mãe de um menino e que agora estava a gestar um filho do padre, o plano era perfeito o parto na fazenda distante do arraial o filho que seria criado pelos os parentes. Até que o esposo da dona descobre os acontecidos e volta para tirar a prova, na fazenda enfurecido mata a esposa e o filho que a mulher esperava, nesse meio tempo o padre descobre da chegada e fúria do marido e corre no intuito de evitar uma desgraça maior. De nada adiantou ao chegar já era o fim. E para defender a sua vida acaba com a do rival e esposo de dona Bela. Essa tragédia acompanhou o padre durante todo o enredo e o fez ainda mais temente a Deus pelo arrependimento, e remorso.

Na fazenda Marias Pretas a ira e duvida perpetuava o sumiço da prima em meio ao fogo do Limoeiro fez com que despertasse o sentimento de raiva, haviam sido todos enganados por uma moleca desaforada. Nesse interim Marialva estava enamorada e já planejando a sua fuga e união com Valentim. O que não demora a acontecer com o apoio de Duarte seu irmão bastardo filho da escrava forra Rubina , era mais um motivo de desordem na fazenda Maria Preta entre os irmãos e a cunhada firma esposa de Tonho mulher dura e arrogante. Marialva segue para a felicidade, uma vida andarilha ao lado do homem que a fará mãe e feliz.

Maria Moura com seus capangas fiéis escudeiros se ariscam sertão adentro, viajando muitos dias  fugindo dos primos e buscando as tão sonhadas terras da Serra dos Padre, pelo o caminho encontra rancho numa simples moradia de ex escravos, se mostra agradecida pela hospitalidade ajudando a erguer  uma casa nova e contribuindo para melhorar a vida dos idoso lhe proporcionado um plantio que garantisse alimento e criação de animais, mas em seguida parte com sua tropa, seu destino é o encontro com a serra dos Padre lugar pelo o qual ela conhecia somente de ouvir de seu pai e avo os relatos. Durante a jornada era preciso adquirir animais, comida, armamento, logo quem o bando encontrasse com essas posses eram abordados e surrupiados. Poderia pegar o que preciso mas sem violência, violência só em caso de defesa.Com muitas semanas no serrado e chegada a serra dos Padres

Pelos os nove dias de viagem, era sol alto, nós tínhamos saído da mata mais fechada e entrado num vargeado, quando de repente levantei os olhos e soltei um grito: Lá está ! lá esta! Na verdade, bem no meio do rumo entre o norte e o poente, se se levantando aos pouco até ganhar mais altura, se via muito bem o lombo azulado da serra. Lá está! E eu apontava com a mão trêmula, lá está a Serra dos Padres!(P. 235)

 Na serra dos Padres a fortaleza foi erguida, lugar imponente onde residia então a senhora Maria Moura, seus capangas uns ainda da época do Limoeiro e descendente de seu pai João Rufo homem de confiança e braço forte da sinhá e seus agregados como Duarte e sua mãe Rufina , ambos criados de estima,  Duarte de maneira especial pois manteve com a prima um relacionamento afetivo. A fazenda da sinhá Maria Moura na terra dos Padres espalhava respeito, medo e confiança na redondeza. Graças a sua fama abrigou o que foi o dono de seu coração e que por alguns momentos a fez pensar e deixar a vida de mulher dura e justiceira para se tornar mulher esposa.  (... )Eu chegava a pensar as vezes em entregar o que era meu a ele,a casa, a fazenda, os homens, o comando de tudo ficar sendo só a mulher dele(...)( p.  399)

 Mas foi também esse homem Cirino galante, conquistador e aventureiro que trai a confiança e o amor que Maria Moura havia lhe dedicado, não só ao promover o sequestro de um de seus protegidos que por sinal era seu tio, a fim de negocia-lo em troca de dinheiro. Mas principalmente por debochar em casa de mulheres da vida da confiança que a mulher da casa forte lhe tinha.

(...) E então o muxió contou tudo: Disse que teve uma noite que seu Cirino,tomando umas canas na casa das meninas, na vila, com ele, Muxió, junto,  lhe servindo de guarda – costas, se chegou a ele um sujeito de fora, estranho, que andava procurando uma informação. Se ele não sabia o caminho da fazenda de uma coiteira de bandidos, mulher rica, muito falada, por nome Moura. Diz o Muxió que o seu Cirino deu uma risada e como já estava meio de fogo, falou que ninguém conhecia melhor do que ele a dona da casa forte... “Ela come aqui na palma da minha mão...” (p. 422).

 A mulher forte guerreira não iria permitir que toda a sua honra a muita  custa conquistada  fosse  colocada a duvida.  (...) entendia que no meio daquele desadoro, que eu tinha mesmo que matar Cirino. Entre nós dois não podia mais haver solução. Se ele escapasse vinha atrás de mim para me pegar. Não ia nunca me perdoar tinha que se vingar desta hora de humilhação (...)(p.309)

  Mesmo com a dor na alma por amar Cirino decide pela sua punição e junto com Valentim arma a tocaia que culmina com sua morte, uma única faca atinge o peito de Cirino. Na obra é possível sentir que a mesma atinge a alma de Maria Moura.    (...) Como posso arrancar o coração para fora? Ninguém pode fazer isso e continuar vivo. E se me matasse com ele?(...)(p.401)

Naturalmente que era necessário dias e momentos a sós, inclusive com devaneios para poder esquecer o amor e o ódio presente no coração da senhora da casa grande despertado por Cirino, mas,  as atividades cotidianas da grande fazenda se encarregava de fazer o tempo passar. A fabrica de pólvora o plantio, o gado, a presença de seu afilhado Xandó, filho de Valentim e Marialva único herdeiro de sua riqueza conquistada com luta suor e muita garra. E por fim o aparecimento na região de Mercadantes de gado o que aguçou em Maria Moura a ida ao encontro de mais uma aventura que com ela tem fim a obra. (...) Saí na frente, num trote largo. Só mais adiante segurei as rédeas, diminuí o passo do cavalo, para os homens poderem me acompanhar (...)(p.493).