segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Resumo:A leitura nos oceanos da internet


UNEB UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS XIV
COMPONENTE CURRICULAR: PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
GRADUANDAS: ALINE NÁDIA MIRANDA SANTOS
                             EDNA MARIA CARNEIRO DOS SANTOS FERREIRA
                             FLAVIA REGINA MATOS MASCARENHAS
                             ELIENE SANTANA ARAUJO
                             LAILA TARCISIA SILVA MUNIZ
                             LUCILA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA RIOS

Freire, Fernanda M.P. A leitura nos oceanos da internet / Fernanda M. P. Freire, Rubens Queiroz de Almeida, Sergio Ferreira do Amaral; Ezequiel Theodoro da Silva,coord.- São Paulo: Cortez 2003

O contexto atual revela profundas alterações nos sistemas de comunicação e informação. As possibilidades trazidas pelos novos meios instauram uma nova maneira de aprender a realidade que nos cerca,bem como criam novos anseios e expectativas. A interatividade, elemento que caracteriza a relação com  a internet, por exemplo, traz uma mudança fundamental em muitos aspectos da nossa vida e condição humana e nos processos de aquisição qualitativa, e não somente quantitativa do conhecimento. O reconhecimento da multiplicidade de eventos que envolvem simultaneamente as atividades cotidianas e a superação de fronteiras delimitadas nos processos de aquisição do conhecimento são duas questões fundamentais para uma reflexão sobre as relações entre os indivíduos, a sociedade, o meio social e principalmente as tecnologias. A internet além de apresentar um maior e mais efetivo  acesso as informações, pode interferir na forma como essas informações serão utilizadas na aprendizagem de conteúdos significativos. Nesses novos meios, as mensagens veiculadas devido às suas características de fluidez, numeralização e instantaneidade são mais facilmente suscetíveis às interferências dos receptores que podem contribuir diretamente na sua construção e se tornarem também autores-produtores do conhecimento ou sujeitos da comunicação e do processo cognitivo. Segundo Pellanda (2000), a nova arquitetura proposta pelo espaço cibernético traz uma nova dimensão política e cultural ao viabilizar um equipamento coletivo de subjetivação da inteligência coletiva, potencializando a sensibilidade da percepção, do pensamento e da imaginação devido às novas formas de cooperação e coordenação em tempo real. Essa consideração reforça a ideia de que é impossível falar das tecnologias sem relacioná-las com o meio social e com as ideologias que o constituem. No tocante a realidade brasileira, uma reflexão acerca das reverberações desse processo deve considerar os problemas decorrentes das dificuldades reais de acesso à Internet pela maioria da população. Primeiro pela questão econômica, e segundo porque sua utilização não exclui a necessidade da alfabetização. A maioria das crianças brasileiras não está sendo educada digitalmente, ou melhor, não tem a possibilidade de sequer ser educada. A internet passou a ser um dos elementos fundamentais para uma nova cultura jovem e de acordo com Tapscott (1999), definida como os padrões socialmente transmitidos e compartilhados de comportamento, costumes e códigos que se origina do uso da mídia digital pelas crianças. Os objetos informáticos são imateriais e só existem numa dimensão virtual. Uma vez definido o objeto pode sofrer toda manipulação e metamorfose, ampliando as potencialidades de criação da criança. Dessa forma, podemos verificar que a velocidade de transformação dos equipamentos eletrônicos tem potencializado as possibilidades de sua utilização ou seja, já existe uma redefinição no conceito de brincar que inclui justamente, o meio digital e o ambiente interativo da Internet. Podemos dizer que um novo conjunto de valores está surgindo no bojo dessas transformações no processo de comunicação, na medida em que as crianças passam a comunicar-se, brincar, aprender e pensar com a nova mídia. Apesar das diferentes classes sociais,religiões e perspectivas, alguns padrões de pensamentos e de ação emergentes ultrapassam as fronteiras nacionais, econômicas e sócias. Um fato decorrente desse processo é que a Internet além de ser um recurso de entretenimento e de diversão, tornou-se mais uma importante referência no processo de aprendizagem e de construção do conhecimento para as crianças;justamente por ser um meio que combina o poder de  outras mídias(jornais,revistas,TV), abrangendo uma grande variedade de tecnologias de computação,telecomunicações, entretenimento, interligando texto digitalizado, sons, imagens e vídeo e que transporta informações, inclusive tais como o feedback cinestésico. Isso porque sem dúvida, a experiência social compartilhada pela Internet reformula e recria os padrões culturais de construção do significados formando, em interconexão coletiva, um sistema de correspondência simbólica generalizada que se encontra em contínua transformação. Um questionamento sobre a relação ensino aprendizagem deve considerar todas essas modificações presentes na realidade social, na qual as crianças em idade escolar encontram-se inseridas, para que novas metodologias mais convincentes sejam criadas. O objetivo deve ser, portanto fazer com que os recursos disponibilizados pelas novas tecnologias da informação e da comunicação contribuam para reflexão e o desenvolvimento do espírito crítico quebrando as barreiras entre o espaço escolar e o mundo exterior, integrando-os de forma consciente e enriquecedora. Disso resultará um conceito de educar que segundo afirma Ramal (2002,p.167) é
“Educar será, portanto, desenvolver processos abrangentes, segundo critérios como consistência, previsibilidade,motivação, envolvimento, performance, capacidade de articular conhecimentos, de comunicar-se e de estabelecer relações. Isso ajudará a preparar cidadão da era do ciberespaço, como matéria-prima da produção será a informação e os conteúdos da formação inicial se tornarão rapidamente obsoletos, ele deverá ser um profissional capaz de aprender sempre, um ser consciente e crítico que dialogue com as diferentes culturas e os diversos saberes, que saiba trabalhar de forma cooperativa e que seja flexível, empreendedor e criativo para administrar sua carreira e sua vida pessoal, social e política.”                  
  

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